sexta-feira, 11 de setembro de 2009

imortalidade


imortais caminham a terra.

vagueiam mais ou menos à deriva de um vento que não existe. poucos alguma vez se apercebem do que são.sentem as coisas e respeitam o que existe. podem não saber porque ou sequer reparar que o fazem mas sentem que uma pedra ou uma cadeira existe. não vêm que existe, não ouvem ou cheiram nem sequer sentem com as mãos, todos os sentidos um, nasce o respeito pelo que é. restos de uma sabedoria tão antiga quanto comunicar. esta necessidade intrinseca e necessaria à vida partilhada tanto por peixe como humano ou simples célula. algures no caminho perde-se a clareza da partilha e de quem a queria fazer, dá-se algo e espera-se, nasce o interesse.como um bebé que nada sem nunca o ter aprendido vamos crescendo e esquecemo-nos de como se nada. alguns nunca voltam a aprender enquanto outros se esquecem de esquecer e continuam a nadar. da mesma maneira alguns mais esquecidos não se lembram de dar e acham agradecimentos estranhas coisas. Seguem tocando outros criando por vezes incompreensão e medo. um toque ou um olhar pode bastar para que nunca mais sejamos o mesmo, como é tal coisa possível? não recebi nada e ainda assim algo esta diferente. Como uma flor ao sol precisamos da luz uns dos outros, do calor uns dos outros. sem que nos apercebamos tentamos economizar com medo que se acabe algo que não tem inicio. livre deste medo o imortal partilha e renova deixando dentro de outros bocados de si. pequenas fagulhas para outros fogos.

como um dente leão que vagueia ao sabor de um vento que não existe, deixa para traz novas sementes que talvez nunca veja germinar e um dia voltará à terra de onde veio, assim como as suas sementes. apesar do pé se decompor as sementes irão germinar cada uma diferente da outra, cada uma nova interpretação de vida.

sente-se o calor no estômago ou o calafrio na espinha de maneira tão igual e ao mesmo tempo tão indescritível.

terça-feira, 28 de abril de 2009

internet vs. direitos de autor

boas,

este artigo gerou alguma discussão entre amigos,

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376909&idCanal=61

sinceramente acho esta discussão extremamente enfadonha. tenho esta aversão de estimação por dois factores bem definidos.

1- a discussão é normalmente mal dirigida e explanada(isto existe?). o que gera diversas confusões e discussões paralelas que não tem interessa nenhum. o cerne da questão é que todos nós somos mais ou menos culpados de roubo e mai nada. a coisa mais parecida que me consigo lembrar é que toda a gente conduz em excesso de velocidade.
NÃO QUER DIZER QUE NÃO SEJA CRIME!!!
e os downloads ilegais são CRIME! alguém criou algo que esta a ser usado por outra pessoa que não lhe pediu autorização. é simples e directo. não interessa nada se depois se for ver que a quem tens que pedir autorização é uma empresa multi-milionária(ou multi-bilionária) a quem o artista vendeu os direitos. aceitem duma vez essa culpa e deixem-se de merdas.

2- a segunda parte são os intervenientes mais comuns na discussão serem, como seria de esperar, quem mais interesse tem nela. que são as empresas que mais direitos de autor detém e as pessoas mais agarradas aos downloads. e daqui sai uma guerra de extremistas que não tem a mínima piada pq estão, por norma todos errados. nem se pode queimar na fogueira toda a gente que alguma vez fez um download nem legalizar a partilha de informação à parva e dizer que o paraíso na terra chegou.
sem isto ser possível chega-se à conclusão que é um problema impossível de resolver devido à sua escala e que a única coisa a fazer è combater os efeitos secundários como sites ilegais e piratas electrónicos. e a melhor maneira de fazer isso é uma discussão muito seca meismo!!

quanto ao artigo em si parece-me um devaneio estúpido de um fachizoide de merda qq. digo isto pq esse fachizoide megalómano não tem ideia do que iria acontecer se tal coisa fosse realmente feita de um momento para o outro. metade da população era privada de internet de repente, empresas iriam à falência e o sistema jurídico iria ficar entupido durante décadas de tantos processos em tribunal. queimar todos os infiéis na fogueira não funciona.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

maradona by kusturica


1º mandamento - a um deus perdoa-se tudo.
2º mandamento - vejam o filme e mai nada
3º mandamento - quem estiver à espera de um documentario certinho direitinho com datas bem escalonadas e o segredo da vida desvendado vai ficar muito desiludido. e já agora que se fodam os mandamentos.
este filme é a puta da anarquia, ainda bem cu nome do kusturica tá no titalo que ele aparece tanto como deus. nunca fui à argentina nem a cuba ou qualquer coisa do genero mas aquele calor e energia que se vê nos filmes tá lá... noutro filme. a miseria põem fogo no cu. as pessoas tem que se mexer e não há grande espaço para merdas. e o maradona é aquele gaijo minorca fudido que ninguem quereria ter como inimigo.
já agora a igreja maradoniana é de morrer.
sem pretensões nem pre-suposições, vejam só o filme e não se vão arrepender

the wrestler

numa de introdução... :
" Retsudo- shido is to find your death.
Abe- ?!
Retsudo- understand...?
Abe- I... I don't!!
Retsudo- then I can't kill you."

assim para começar bem com uma merda que não interessa para nada vamos lá aos oscares.
depois de ver este filme tenho que dizer, TRENGOS!!!! trengos todos os que menosprezaram esta actuação com bocas do género ele estava a fazer dele próprio. que é que interessa se ele passou por algo parecido na sua vida pessoal?? o que é que algum de nós tem a ver com isso. por força das coincidências este foi provavelmente o papel da sua vida e acho triste toda a controvercia que se gerou à volta disto.
se tivessem sido violados acham que seria mais fácil ou mais difícil fazer uma cena de violação em "palco"?

à parte destas polémicas da treta que acabaram por roubar ao filme em si, acho que temos aqui uma daquelas grandes obras que vai acabar por ser deixada para segundo plano principalmente à luz de filmes mais espalhafatosos como o requiem e o pi.
o filme está muito bem feito. está simples e directo. ouvi dizer que existiam uns clichés, principalmente lá para o fim. eu por mim não concordo. alias o fim surpreendeu-me bastante, ia jurar que ia virar para o outro lado.

este filme fez-me pensar numa temática sempre presente e nunca ausente da obra que citei ao inicio, que é encontrar vida na morte. no caso da obra citada os personagens vem isso como ter uma morte útil. uma morte na cama de velhice é algo que não é útil para ninguém. uma boa morte seria a salvar alguém ou algo do género.
neste filme, depois de certo ponto temos algo de semelhante apesar de mais "egoísta" ou mais pessoal. mas o que estou a tentar dizer é que sendo egoísta ou não há algo em comum que é o acreditar, o amar o que se faz. e quando estamos a falar de "THE wrestler" tipo "O VERDADEIRO wrestler" as coisas complicam-se. e é por este pequeno grande pormenor que eu acho que vi o filme de uma maneira tão diferente da dos meus conhecidos. eu não vi o "the wrestler", eu vi o "THE wrestler" a estoria do maior lutador de todos os tempos. não porque fosse o melhor de todos os tempos mas por ser o que mais AMAVA o que fazia.

quarta-feira, 25 de março de 2009

bu


boas.... uma pergunta para os/as amiguinhos/as do photoshop e afins. andei a tentar kitar ligeiramente esta foto e independentemente dos resultados a foto fica diferente em cada monitor, e até ai ainda chego, e em cada site tb :~ .... ainda num fiz nenhuma pergunta ...

terça-feira, 24 de março de 2009

V for Vendetta - o filme mais "fixe" de sempre ;)


But on this most auspicious of nights, permit me then, in lieu of the more commonplace soubriquet, to suggest the character of this dramatis persona.


Voila! In view a humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the “vox populi” now vacant and vanished. However, this valorous visitation of a bygone vexation stands vivified, and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin, van guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition.


The only verdict is vengeance; a vendetta, held as a votive not in vain, for the value and veracity of such shall one day vindicate the vigilant and the virtuous.


Verily this vichyssoise of verbiage veers most verbose, so let me simply add that it’s my very good honour to meet you and you may call me V.

terça-feira, 17 de março de 2009

gran torino - puta que pariu o caralho do velho


chego ao cinema e peço um bilhete. praí na terceira fila. de trás? não da frente. pago, vejo que é na sala 6. a porta já está fechada, não me digas que já começou?... não, ainda não. fila G não é a terceira, nem pouco mais ou menos, alias na terceira já está um casalinho. pronto, lá vou ter que ir para a primeira. olhando para trás ainda bem que assim foi.


sai do filme com aquele sorriso estúpido que muito poucos filmes me conseguem incutir. os pelos ainda meio arrepiados e os músculos ainda a descomprimir. fiquei lá dentro um bom bocado a ouvir a musica e ver passar as letras.


sempre gostei de coisas simples, herança dos pais e pensando nisso talvez o que os une. engraçado que o meu irmão também partilha da mesma herança. este filme é duma simplicidade extrema. vejo muita gente a sentir que este filme não é nada de mais, um simples repetir e reciclar de muitas outras coisas que o caralho do velho já fez antes e seguramente fará de novo antes de quinar. eu, pela parte que me toca, não o vejo assim, vejo-o antes como um condensar de tudo o que o cabrãozito fez até hoje e tristemente como uma despedida ou um ponto final. acredito, cheio de esperança que esteja enganado, que este foi o seu ultimo filme como actor principal. para além disso sinto que tenha sido preciso o filha da puta viver 79 anos para conseguir dizer tanto duma forma tão simples, duma forma tão sem merdas. a vida, o ciclo da vida, o sentido da vida ou o que caralho lhe quiserem chamar em pouco mais do que 10 minutos, claro que isto foi só a sensação com que sai do cinema.


fiquei a ver o fascizoide do americano como uma ostra. "sometimes i feel like a kanguru" lol, como disse aquele grande filosofo.

olha-se e vê-se um exterior rugoso e enrugado. uma casca endurecida pelo passar do tempo e moldado por forças tão agrestes como a areia do fundo do mar e tão suaves como a agua. a determinada altura algo tão pequeno como um grão de areia dá origem a algo que pode demorar uma vida inteira a digerir, a ganhar forma. e ás vezes, mas só às vezes, essa digestão dá origem a uma real pérola. algo tão simples e belo como uma merda duma bolinha branca.

domingo, 8 de março de 2009

Who’s watching the watchmen?


A god trapped out side of time…

In every medium, in every art form there comes a time when a sacred monster is given birth by Man. Both by those who believe in it and those who don’t. In motion picture I call it “Citizen Kane” while in comic book world I call it “Watchmen”. It has nothing to do with liking it but with acknowledging it’s existence.
And now it is done, the monster has barred a child. Is it still a monster? Will it fit into any of the worlds from which it originated? Will it even be recognized by them or rejected like a failed experiment?
I believe that like most half-breeds it will be recived with both praise and hate but especially hate. Praise by those who wish to praise but themselves. Hate by those who hate beforehand. I see it becoming a symbol for a fever that has no real chance of survival but to evolve into something completely different. Perhaps a name to be quoted as a bridge in some introduction to something else.
But what of the monster in itself, who is he really? I see him like a hard working chap that despite the long quarrels with both sides of the family has turned out to be more of his father’s son then ever thought possible. The same principles of being stand in both child and parent, the same nature. And that nature is a series of questions that together form something more than a question. Together and without a single answer the conjugation of all those questions gives birth to an idea, and when that idea is molded by human hands into something real, art is born. The question is the soul of art, and the son shares the soul of the father.