segunda-feira, 3 de março de 2008

a ilusão da palavra certa

é certo que uma cadeira não pode ser chamada de bola senão ninguém se percebe.
mas há que ter em conta que uma cadeira é algo de material. existe, foi criada e nomeada.
do outro lado da moeda existem as ideias ou conceitos que tb foram nomeados e existem mas não no plano físico.
para além disto uma cadeira não é passível de intrepretação apesar de se poderem fazer cadeiras muito esquisitas e até, parecidas com bolas.
a palavra cadeira ou bola foi inventada aquando da criação da cadeira primodal, nasceu do nascimento do seu eu físico.
o problema aparece quando a maior parte dos conceitos ou ideias não inventam palavras para se nomear, mas se apropriam de palavras já existentes. um conceito como minimalismo ou renascentismo apropria-se da palavra mínimo ou renascimento e aplica-lhe um contexto subjectivo com regras objectivas. isto é falível ,em termos conversassionais(será que a palavra existe?...),pq pressupõe um grau de conhecimento similar entre interlocutores. daqui pode nascer a discórdia mal baseada, isto é, criada pela errónea utilização de palavras e não por ideias antagónicas.
muito antes do minimalismo ou renascentismo terem sido nomeados/criados já há muito que a humanidade usava as palavras mínimo ou renascimento para adjectivar pessoas, objectos ou ocorrências.
esta maneira de nomear conceitos ou ideias apesar de bem intencionada, pois pretende criar uma fácil identificação do conceito, acaba por restringir o uso das palavras em determinados contextos.
por exemplo, uma cadeira em forma de ovo, para alguém que conheça historia de arte não pode ser adjectivada como minimalistas enquanto que para todas as outras pessoas poderá ou não fazer todo o sentido.
isto é um claro exemplo do conhecimento a limitar a sabedoria. convém manter um mente aberta especialmente quando se tem noção que se percebe mais de determinado assunto que a maior parte das pessoas. é preciso estar com mais atenção ao que a pessoa diz do que ás palavras que usa. o que muitas vezes não é fácil.
não existe razão para se discordar de chamar cadeira a uma cadeira já que a palavra foi inventada pelo criador.
por outro lado quando se nomeiam coisas usando palavras já existentes há que ter consciência que podem existir pessoas que discordem de tal nomeação, que a julguem insatisfatória ou que simplesmente não conheçam tal convenção e que até poderiam utilizar tal denominação para algo totalmente distinto. quanto mais generalista a palavra mais fácil é que tais confusões venham à tona.

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